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ARTE: A infinita arte do poconeano Carlos Lopes

16/08/2014 às 07:22

ARTE: A infinita arte do poconeano Carlos LopesDiversidade, repetições, cores e contrastes são marcas do artista plástico poconeano Carlos Lopes, 52 anos. Pintor, ceramista e gravador, Carlos é do tipo inquieto, que faz arte com os mais diversos materiais. Começou sobre madeira, mas hoje já faz sua arte sobre tela, papel aquarela, azulejos ou plástico.

Com trinta e cinco anos de carreira, ele não se cansa de buscar novas formas, texturas e cores. Por isso, não usa apenas tinta e pincel, tem sempre ao seu lado carvão, grafite, lápis de cor e até de pigmento feito a partir de rochas encontradas em Chapada dos Guimarães.

Desde criança arriscava pinturas com os materiais que tinha à disposição, principalmente madeira e papelão. Sem técnica, chegou a comprar tinta óleo de construção civil para fazer suas obras. Mas era um cheiro forte e lhe doía o estômago, recorda. Quando chegou à adolescência se apresentou por conta própria ao artista plástico Benedito Nunes, que o convidou a participar do “Ateliê Livre”, da extinta Fundação Cultural.

Mas era preciso trabalhar e, mesmo já possuindo alguma noção de artes plásticas, Carlos foi parar Fórum da cidade. O trabalho não durou muito tempo, pois com o emprego ele não tinha muito tempo para se dedicar ao que realmente gostava: pintar. Decidiu então pedir as contas e voltar para a Fundação Cultural. Nessa mesma época começou a “viver” de arte, mesmo com todas as dificuldades.

Foi na passagem pelo “Ateliê Livre” que teve contato com telas, pincéis e tintas adequados e onde teve as primeiras noções de desenho, pintura e história da arte. Foi lá também que conheceu a que seria a futura orientadora dele, a artista plástica Dalva de Barros. A partir disso, passou a investir no seu trabalho com capacitação teórica e viagens ao Rio de Janeiro e São Paulo, pois queria ver de perto as obras que só via em livros e slides.

Desde então Carlos Lopes busca no dia-a-dia os elementos para sua arte. Podem ser frutos e árvores regionais, animais, utensílios domésticos, instrumentos musicais, imagens de santos ou estampas. “Uso o meio ambiente como pretexto para a minha obra”, explica.


Entre 2003 e 2006, Carlos se destacou pela obra repleta com repetição e contraste de cores em sequências de árvores, vasos de cerâmica, pinhas e flores. “Lopes recorta, do universo, o conjunto ‘cerrado’ – ou a natureza desta parte do Brasil intitulada como tal (um eco-conjunto). Dele seleciona árvores. Algumas, claro. Ipês, jacarandás, mangueiras, pequizeiros, pés de romã, de acerola, etc”, escreveu à época a crítica de arte Ludmila Brandão, em uma associação a Teoria dos Conjuntos.

Oito anos depois o artista retorna com suas sequências e contrastes sob a ótica do círculo da vida. Em sua 6ª exposição individual – “O círculo em condição de voo” – o Lopes quer mostrar que não somos tão livres quanto pensamos, a começar pelo planeta em que vivemos e pelo ciclo da natureza. “Os círculos tomam a dimensão da marca do artista. É como se eles apontassem para aquilo que não pode escapar, fugir do espaço pictórico”, traduziu Marília Beatriz, professora mestre em comunicação e semiótica.

E como não poderia ser diferente, além de telas a exposição traz papel e azulejo. É possível apreciar e até comprar os “rascunhos” do artista, alguns em aquarela outros em lápis de cor, e os azulejos, que também ganharam espaço especial. Além de reinventar, a ideia de Carlos é popularizar o acesso à arte por meio dos trabalhos paralelos que realiza.

A nova exposição pode ser visitada durante o mês de agosto na Casa do Parque, localizada na Rua Marechal Severiano de Queiroz, nº 455, em Cuiabá. Informações pelo telefone: (65) 3365-4789.

FOTO: Divulgação



Fonte: Por: CAROLINE LANCHI / Especial para o ODOC